Como diz Rachel
Naomi Remen: “Talvez a cura não seja tanto sobre ‘sentir-se melhor’, mas seja
também sobre deixar tudo que ‘não é você’, todas as expectativas, ou crenças, e
tornar-se você mesmo”.
Com essa frase Dra.
Lauren Artress abre o capítulo intitulado “Cura” do livro “Companhia para o
Caminho Sagrado – Um Guia para Caminhar o Labirinto para Curar e Transformar”,
conforme tradução livre do original.
A Dra. Naomi não
quis dizer que se deve abandonar toda e qualquer crença que se tenha, seja de
qual natureza for, religiosa, espiritual, ou algo mais corriqueiro, e nem que
não se pode ter expectativa, no sentido de esperar, ou ter esperança por
qualquer coisa. Ela dá a pista a respeito do que ela está falando, quando se
refere a “deixar tudo que não é você”. Portanto, se trata de falsas expectativas,
ou falsas crenças, que muitas vezes prendem as pessoas em circunstâncias e
condições que artificializam a vida de alguém, afastam a pessoa de si mesma e
fazem-na viver presa a condições que a tornem adoecida em mente/espírito/corpo.
Conforme Dra.
Artress, embora haja menções de eventuais melhoras físicas ligadas à caminhada
no labirinto, aqui ela se refere principalmente à melhora ou cura de alguma
situação de natureza psíquico-espiritual, seja lá qual for a natureza de fé ou
não fé dessa pessoa em alguma coisa além do aspecto material/energético.
Este processo de
cura, portanto, diz respeito a um “sentir-se melhor” ligado a um encontro
consigo mesmo na caminhada do Labirinto, na medida em que a pessoa se deixe
levar pelo caminho e deixe aflorar sua própria condição no momento da
caminhada. Isso pode ocorrer em uma ou mais vezes em que o ritual de caminhar
acontecer. A menção de “ritual” não é para estranhar. Deve-se ao fato de que o
processo de andar no labirinto envolve certo modo de conduzir o corpo e a
mente, de certa subjetividade e sacralidade nisso, mesmo que a pessoa não
necessariamente tenha crença em qualquer coisa de cunho sagrado.