segunda-feira, 14 de março de 2011

Linguagem do Labirinto - Parte 1

Quando ouvimos falar em linguagem, na maioria das vezes pensamos a respeito de "palavras", ou seja, pensamos sobre a linguagem verbal. Na verdade essa é apenas uma das formas de linguagem. Através de qualquer dos cinco sentidos também é possível ocorrer uma comunicação por meio da linguagem. Assim, existe a linguagem visual (sem palavras), linguagem auditiva por sons que não sejam verbais, linguagem táctil, linguagem olfativa e linguagem gustativa. Evidentemente as linguagens olfativa e gustativa à primeira vista podem parecer mais estranhas, mas cheiros e sabores também comunicam, de tal modo que até fazem as pessoas comprarem produtos divulgados por esses meios. Além disso determinadas formas de produzir sinais também formam linguagens que são captadas pelos sentidos, como, por exemplo a linguagem corporal.
Ao falarmos em linguagem do labirinto, estamos supondo que o próprio labirinto possa veicular sinais e mensagens. Uma das linguagens do labirinto é a linguagem das formas. Desde o início da humanidade, as formas da natureza aos poucos passaram a constituir sinais que aos poucos configuraram verdadeiros símbolos arquetípicos. Assim, as linhas curvas associam-se mais ao feminino, enquanto as linhas retas associam-se mais ao masculino. O círculo (ou a circunferência, se preferir-se apenas o contorno) pelo seu formato lembra o todo, o cosmo, o um, o único (quando se trata de um labirinto circular). Por outro lado, o círculo único e maior também pode lembrar o sol e os períodos de tempo mais ligados às variações solares, como as estações. Fazendo certo contraponto a isso, o Labirinto de Chartres apresenta diversos semi-círculos, chamados "lunações", dispostos em torno da circunferência, que correspondem a uma simbologia lunar, tanto por sua forma, quanto por sua quantidade, já que sua sequência indica um calendário lunar, ou seja, baseado nas fases da lua, cada uma com duração aproximada de uma semana.

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