No livro "Chartres – le labyrinthe
déchiffré", de John e Odette Ketley-Laporte, o primeiro capítulo trata dos
labirintos lendários da Antiguidade Clássica.
Os autores referem que indiscutivelmente o homem
pré-histórico utilizava cavernas como habitação. Além disso, também parece
certo que reservava outras para uso que não tinha relação com as necessidades
imediatas. Assim, aquelas usadas para ritos funerários podem ter conduzido a
outras práticas e cerimoniais de certo caráter secreto. Por sua vez, as
cavernas interconectadas podiam oferecer vantagens de proteção, bem como de
materializar noções de progressão e interconexão. Nesse sentido, os lugares
sagrados das diversas civilizações compreendem espaços artificiais
interligados. Então, uma primeira versão artificial das cavernas pode ter sido
o primeiro labirinto que se tem notícia, conforme Heródoto. O faraó Amenemés
III (1860-1815 a. C.), da XII dinastia, fez construir em Haouara, na depressão
de Fayoum, perto do lago Moeris (atual Birket-Karoun), um palácio monumental de
três mil salas e corredores em vários níveis. Alguns autores da antiguidade
fizeram a suposição de que esse palácio teria inspirado o arquiteto ateniense
Dédalo para construir o Labirinto de Creta, a pedido do rei Minos, para servir
de prisão ao Minotauro.
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