No fim do século XII, as catedrais de Auxerre e de Sens foram
as primeiras na França a terem labirinto. Infelizmente, o de Auxerre foi
destruído em 1690 e o de Sens em 1768. Felizmente, certos textos e descrições
permitem supor que os dois monumentos eram semelhantes e compostos de onze
círculos concêntricos, cujos contornos eram sulcados no pavimento e preenchidos
com chumbo. Em um diâmetro de aproximadamente 10 metros, esses dois labirintos
foram destinados, no início, a serem percorridos a pé, ou ainda, mais
verdadeiramente, de joelhos.
Esses dois labirintos ficavam a pouca distância de Pontigny,
uma das quatro abadias mães da estrutura cisterciense juntamente com La Ferté,
Morimond e Claraval. Passa-se então a supor que os labirintos talvez fizessem
parte da arquitetura cisterciense, o que poderia distanciar-se da arquitetura
gótica. Após a morte de São Bernardo de Claraval, em 1153, sua influência
diminuiu, de modo que Pontigny poderia ter mais destaque na ordem cisterciense.
Pode-se lembrar que o papa Alexandre III se refugiou em Sens, substituido em
Roma por um antipapa imposto pelo Imperador Frederico Barbaroxa. Em Pontigny
asilou-se Thomas Becket, arcebispo de Canterbury, por ter sido obrigado a
deixar a Inglaterra de Henrique Plantageneta, com seu secretário John de
Salisbury, futuro bispo de Chartres, onde viria a ser construído o terceiro
labirinto. Sabemos que São Thomas Becket foi assassinado em 1170; Alexandre III
se reintegrou ao Vaticano em 1171 e viria a morrer em Civita Castellana em
1181. John de Salisboury foi nomeado ao episcopado de Chartres em 1176 e
morreria em 1180.
É impossível ter-se a configuração exata desse dois
labirintos. Desse modo, conta-se com pelo menos três variantes de
possibilidades desses desenhos. Há a variante de Villard de Honnecourt, que o
arquiteto do século XIII traçou sobre seu famoso caderno. Admite-se que seu
desenho se pareça com uma imagem em espelho do labirinto de Chartres. Possuímos
igualmente o desenho pesquisado por Emile Amé, que difere dos precedentes sobre
alguns pontos importantes, e, finalmente, temos o traçado proposto pelo padre
A. R. Verbrugge, que difere apenas em proporções do de Emile Amé. Mas lembremos
que desses três estudiosos somente Villard de Honnecourt visitou o monumento.
Fonte bibliográfica:
Ketley-Laporte, John et Odette - Chartres, le labyrinthe déchiffré. Éditons Jean-Michel Garnier, 1997.
Fonte bibliográfica:
Ketley-Laporte, John et Odette - Chartres, le labyrinthe déchiffré. Éditons Jean-Michel Garnier, 1997.
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