quinta-feira, 16 de junho de 2011

O Labirinto, a Rosácea e os Vitrais em Chartres

Como já dissemos anteriormente, o Labirinto tem a mesma dimensão da Rosácea na Catedral de Chartres.
Em sendo assim, a Rosácea também é um Labirinto, um caminho de luzes e de cores. 
Entramos aí no território dos Vitrais. Os Vitrais que, nessa Catedral, em sua maioria, são os mesmos de séculos atrás. A arte de seus desenhos encerra diversas dimensões nos mesmos pedaços de vidro dispostos engenhosamente. Se vistos de longe, delineiam determinadas figuras que são vislumbradas no todo da mesma janela. Se vistos de perto, surgem imagens antes invisíveis, nuvens se tornam anjos, detalhes fornecem a visão de um outro nível de realidade. Tal qual o microscópio revela células de seres vivos que são invisíveis ao olho nu, o binóculo ou a luneta evidenciam "células espirituais" nos vidros e, assim, substituem uma escada ou um andaime impossíveis de acesso ao peregrino comum. 
Uma é a visão direta dos desenhos feitos nos vitrais, outra é a visão indireta, quando se dirige o olhar às luzes que atravessaram as janelas e se projetam no espaço interno da Catedral. Nesse espaço há uma outra Catedral além daquela de pedra: há uma Catedral de Luzes.
Catedral dentro de Catedral, então esta é uma outra Barca de Pedro. A nave central da Igreja, convés do navio gótico invertido, deve conduzir os seres humanos com segurança a seu destino espiritual.
A nave de luzes como que dota de energia a nave de Pedro e traz essa energia à matéria da pedra.
A Rosácea, entre os vitrais, tem particularidades que a tornam um "labirinto de luzes". 
Em Chartres há três Rosáceas, denominadas conforme os pontos cardeais a elas relacionados: Norte, Sul, Oeste. A que se correlaciona com o Labirinto fica a Oeste. As três têm uma disposição de quadros menores, todos de alguma relacionados a círculos. Estão dispostos em três círculos concêntricos, cada qual formado por 12 imagens. Há um círculo central. A soma total de imagens corresponde ao número primo 37, que poderia corresponder à idade real de Cristo, se levar-se em consideração o erro de cálculo do calendário por Dionísio, de modo que o rei Herodes morreu em torno de quatro anos antes de Cristo. Como Cristo provavelmente morreu no ano 30, somando-se alguns anos antes de Herodes (pelo tempo que ele teria percebido que os magos não voltavam para lhe falar da descoberta do Novo Rei), pode ser aproximadamente 37.  
Posteriormente continuaremos esta reflexão.

Nenhum comentário:

Postar um comentário