sábado, 18 de junho de 2011

O Labirinto, a Rosácea e os Vitrais em Chartres - Parte 2

A Rosácea tem esse nome por lembrar as pétalas de uma rosa, mas também porque a flor rosa também simbolizava, na Idade Média, uma ligação com o mundo espiritual. O padrão maior da Rosácea se repete em suas partes menores, também mimetizando a rosa. A rosa, formada por pétalas em espiral, evoca um movimento dessas partes em torno do centro, configurando formações tais como os arquétipos (de Jung) em torno do self. Assim, a rosa simboliza um todo com suas partes articuladas entre si. A rosa de cor vermelha pode indicar sacrifício, enquanto a rosa branca pode indicar pureza. Assim, a rosa cor-de-rosa compõe uma mistura entre ambas. 
A reprodução do padrão da flor rosa está presente tanto no labirinto, quanto na Rosácea oeste. No centro do Labirinto há uma rosa com seis pétalas e um espaço equivalente a meia pétala. A Rosácea oeste apresenta padrões de 12 pétalas. Além disso, a Rosácea apresenta três conjuntos circulares de 12 imagens.
Vê-se assim que, enquanto o Labirinto apresenta 11 círculos concêntricos, a Rosácea apresenta esse padrão já referido ligado ao número 12.
O número 11 pode corresponder à visão de Universo então vigente, com sete planetas e mais outros quatro círculos. Como número com dois algarismos iguais, tal como 22 ou 33, pode representar um estágio intermediário entre o mundo material e o mundo espiritual.
Na "Rosácea-Labirinto" (por ser do mesmo tamanho do labirinto e estar disposta em ângulo reto em relação ao mesmo) o número 11 passa a 12, indicando um grupo completo, um programa completo, com 12 componentes. Assim, o número intermediário 11 acrescido de 1(número da totalidade) passa desse estágio para um outro nível mais elevado. No entanto, tal qual uma partícula subatômica instável, esse 12 não fica em situação estática, mas com a rosa central, que tem a imagem de Cristo, torna-se 13. Isso vale para as três camadas de 12, pois todas giram em torno da imagem central. Aliás, essa imagem central também tem doze pétalas. 
No centro do Labirinto, a rosa central tem seis pétalas, mais metade (correspondente à entrada-saída desse local). Assim, esse 6 já indica uma espécie de presença do 12 dentro do Labirinto do 11 (tal qual a presença de yin e yang mutuamente na imagem circular dessas categorias). No entanto, esse 6 também tem sua "instabilidade", já que as pétalas não estão totalmente fechadas entre si; sua abertura aponta para um 13, se multiplicada por 2 essa figura.
Assim, sendo o Labirinto do chão a mandala telúrica, a Rosácea-Labirinto elevada pode ser a mandala celeste.

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