A figura mítica do herói tem importante papel no
amadurecimento das pessoas nas diversas culturas e tradições em geral.
Comumente o herói não é alguém que “nasce pronto”, mesmo que tenha sido
predestinado a isso. O próprio herói necessita de todo um processo de amadurecimento,
até atingir um estado que acaba colocando-o um pouco acima dos seres humanos,
mas abaixo dos deuses. Esse processo também pode ser chamado de a “Jornada do
Herói”, por sua similaridade, no sentido literal ou simbólico, com algo similar
a uma longa e tortuosa viagem.
Na Mitologia Grega, é bastante famosa a jornada do herói
Teseu para livrar o povo ateniense do domínio do Minotauro, tendo que adentrar
o labirinto onde vive esse ser.
É conhecida a analogia dessa trajetória de Teseu com as
caminhadas em labirintos que se fazem hoje em dia.
Mas, além da jornada de Teseu, há as jornadas de outros
tantos heróis da Mitologia. Muitas vezes essa jornada implica na necessidade do
herói atravessar algum lugar sombrio, frequentemente o assim chamado “mundo
subterrâneo”, que eventualmente pode equivaler ao mundo dos mortos, ou a uma
outra dimensão, um espaço algo fora do mundo dos mortais, etc. Pode-se observar
isso, por exemplo, na jornada de Ulisses (ou Odisseu), na Odisseia, quando ele
tem que passar pelo obscuro mundo dos mortos.
Dante Alighieri, na Divina Comédia, também descreve uma
trajetória inicial parecida, através da obscuridade, até que possa atingir o Céu.
Assim como esses há outros tantos exemplos.
A “Jornada do Herói” pode ser mais uma forma de ser feito o
exercício da Meditação Caminhando no Labirinto, ou ainda de compreendê-lo. É
uma forma simbólica de fazer esse trajeto interiormente, sendo que as idas e
vindas do caminho podem mimetizar o processo de aperfeiçoamento ou depuração
pelo qual o herói passa, até que possa atingir sua meta, ou seu destino.