sexta-feira, 3 de junho de 2011

Labirintos na Grécia Antiga

Quando se fala em labirintos na Grécia Antiga certamente a primeira coisa que vem à mente é o Labirinto de Creta referente ao Minotauro. Mas há também outro labirinto, talvez um pouco menos mitológico, mas também interessante.
No Epidauro havia um templo dedicado a Asclépio que continha um labirinto. Asclépio era o deus da Medicina para os Gregos (entre os Romanos seu nome tornou-se Esculápio). Era filho de Apolo, deus com diversas características além do sol, com o que é mais conhecido. Apolo também estava ligado à Medicina. Ele teria tirado seu filho Asclépio do ventre de sua mãe enquanto esta já estava morta sobre a pira funerária. Assim, simbolicamente Asclépio teria nascido da morte. 
Supostamente Asclépio talvez tivesse sido um antigo médico com forte presença em sua comunidade, de modo que teria sido divinizado após sua morte. Ele também é tido muitas vezes mais como um herói do que como um deus. Entre os Gregos o herói era alguém mais próximo dos seres humanos. O herói grego era, em geral, uma figura que teria se sacrificado em prol dos humanos. Asclépio morreu fulminado por Zeus por ter ousado ressuscitar um ser humano. 
No Templo de Asclépio do Epidauro, havia algumas atividades que faziam parte de uma variedade de rituais a serem praticados pelos doentes que para lá se dirigiam. Uma dessas atividades era o teatro, onde, conforme Aristóteles, ocorria a "catarse", que correspondia à vivência emocional dos espectadores do teatro. 
Essa palavra passou daí para a Psicologia, correspondendo ao seu sentido atual equivalente a uma espécie de alívio das tensões, resolução de tensões. 
De modo semelhante ao teatro, havia também um labirinto, que deveria ser percorrido pelos doentes, talvez também com algum sentido catártico. 
Após um dia com várias dessas práticas ritualísticas, os doentes deveriam dormir no ambiente das construções do templo. Durante o sono, Asclépio indicava aos doentes qual a conduta a ser tomada para tratar sua moléstia. 
Desse modo, vê-se que o Labirinto nesse lugar tinha uma função terapêutica e ritualística concomitantemente.

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