terça-feira, 15 de março de 2011

Linguagem do Labirinto - Parte 2

O que o labirinto comunica a cada pessoa depende não só da estrutura em si do labirinto, mas também das condições de cada um que se aproxima ou caminha por ele. Qualquer pessoa pode fazer uso do labirinto, ele não é apenas para quem esteja doente.
Seja alguém doente ou não, o quanto "se dispuser" a essa atividade, o quanto a pessoa aproximar-se desarmada do labirinto, mais ela vai descobrir que essa atividade pode ser uma ferramenta para descobertas dentro de si mesmo.
A maneira de como apreender o que ocorre no labirinto é semelhante a como podemos "apreender" uma música. Resumidamente, podemos dizer que há três maneiras de "apreender" essa música. Uma forma pode ser querer entender uma música através da linguagem matemática ou da linguagem física. Podemos medir e contar as notas, pausas, intervalos, compassos, ou ainda caracterizar os fenômenos físicos produtores dos sons musicais. Em relação ao labirinto isso seria semelhante a considerar-se suas diferentes medidas, as distâncias, as correlações geométricas.
Uma segunda maneira de entender uma música pode ser através do entendimento de sua construção teórica dentro da teoria musical. Analisar-se seu estilo, suas nuances, harmonia, certas características inerentes ao autor, ao intérprete, etc. No labirinto isso seria como fazer o seu trajeto com uma atenção mais do tipo racional, notando-se a si mesmo no deslocamento, em relação ao percurso, de uma maneira analítica.
A terceira maneira de "apreender" uma música pode ser simplesmente deixar-se levar por ela através de uma percepção menos analítica e mais "desligada", ou "intuitiva", ou emocional. Assim também no labirinto pode-se deixar de lado uma postura excessivamente analítica e deixar-se conduzir pelo aspecto simbólico de seu desenho, pelo percurso, pela música que acompanha a caminhada, pelas nuances inesperadas de cada variação, pelo ir e vir.

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