terça-feira, 22 de março de 2011

Linguagem do Labirinto - Parte 4

Há uma linguagem do Labirinto que se apresenta a qualquer pessoa que se aproxime do mesmo sem atentar para detalhes observáveis racionalmente, de modo que se deixe levar por uma percepção intuitiva.
Eventualmente também pode-se querer conhecer mais detalhes dessa imagem, quais símbolos que possam ser descritos, além de percebidos como referido anteriormente.
Assim, podemos notar, mais especificamente no Labirinto de Chartres, a presença de onze círculos concêntricos, que formam as idas e vindas do caminho a ser percorrido. Uma das hipóteses para entender essa disposição desses círculos é através do entendimento de como o indivíduo culto da Idade Média entendia o Universo.
Conforme Lauren Artless refere a respeito de estudo de Keith Critchlow, esse desenho pode indicar certa cosmologia medieval que provém do livro do autor romano Macróbio, onde fala a respeito do relato do orador Cícero sobre o sonho de outro romano chamado Cípio. Esse livro existia na antiga Escola de Chartres. Portanto, conforme esse relato, no centro do labirinto estaria a Terra. A seguir viriam os círculos correspondentes a Lua, depois Sol, depois Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter, Saturno (são os astros e planetas dos antigos, exceto as estrelas). Os outros três círculos seriam: a Alma do Mundo; a Mente do Mundo; o Deus Supremo. Assim, fazer o caminho de ir e vir seria fazer o trajeto por esses diversos níveis. Alguém poderia argumentar que, sendo assim, se deveria iniciar a caminhada pelo Centro. Mas, o Labirinto não implica em um mecanismo matemático, além do que a caminhada ao centro também pode refletir uma espécie de "descida" ou um "aprofundamento". É como um pêndulo entre o imanente e o transcendente. Como no símbolo do Yin e do Yang, o dentro pode estar fora e o fora pode estar dentro.  

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