quarta-feira, 27 de junho de 2012

O Labirinto e o corpo cultural

O corpo humano engloba as diversas dimensões da pessoa: a biológica, a psíquica, a social, a cultural e a espiritual. De certa forma, a dimensão espiritual participa do corpo em sua dimensão cultural.
O nosso entendimento do corpo é fortemente marcado pelo modo como a nossa época configura o corpo. Aspectos como moda, a visão moderna de saúde, a construção de um corpo a ser aceito pela sociedade, e assim por diante, determinam a maneira de se configurar o significado do corpo em nossa mente.
A dimensão cultural do corpo implica em uma transversalidade coletiva do corpo, ou seja, embora pareça, em um primeiro momento, que o corpo seja algo exclusivamente individual, na verdade ele "incorpora" influências da coletividade, da cultura das tradições dos povos, em concomitância com a influências contemporâneas.
A atividade de caminhar no Labirinto construído com base no Labirinto da Catedral Chartres remete a dimensões do corpo cultural que revivem aspectos que vão além do modelo modernamente construído de corpo e permite percepções de tradições e memórias de um corpo histórico que remonta a um passado remoto, e, assim, a um modelo de corpo que escapa a pressões de modismo. Essa é uma das formas de entender as novas impressões do corpo que várias pessoas têm ao fazer a meditação caminhando no labirinto, de modo que ocorrem novas descobertas sobre si mesmo e novas valorizações do seu próprio corpo, levando a outros patamares de bem estar ou de saúde.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

O Labirinto e o Corpo - parte 2

Sendo a Meditação Caminhando no Labirinto uma atividade com o "corpo em movimento", há movimentos dentro do Labirinto que "recompõem o corpo". 
Assim, cada vez que o trajeto obriga a um movimento de 180 graus, o corpo é obrigado a se recompor no espaço exterior e interior.
Em cada local de volta de 180 graus há uma imagem correspondente a um machado de dois gumes semelhante ao machado de Prometeu, com o qual ele teria tirado Palas Atena da cabeça de Zeus. Esse machado de ruptura também é o machado da ousadia com a qual Prometeu roubou o fogo dos deuses para dar aos seres humanos e torná-los semelhantes aos deuses, ou seja, livres e criativos.
Essa tarefa não foi fácil e nem sem dificuldades e consequências.
Assim também as mudanças de 180 graus requerem ousadia, coragem, mas permanecendo-se dentro do caminho traçado pelo Labirinto.
O exercício dessas voltas recondiciona o corpo a encontrar novas correlações de entendimento do próprio corpo em relação ao trajeto de vida do caminhante, pois a pessoa quando muda, muda no seu todo, mente e corpo, uns mais outros menos... Mas, no Labirinto essas mudanças são processos em profundidade de autoconhecimento e de maior paz interior.