segunda-feira, 30 de maio de 2011

Geometria Sagrada da Catedral de Chartres


Este é um estudo do engenheiro italiano Alfonso Rubino sobre a geometria sagrada presente na Catedral de Chartres. Nos círculos por ele delimitados observam-se proporções harmônicas entre o arcobotante do lado direito e uma formação em arco ogival do lado esquerdo. Também pode-se ver uma disposição escalonada de acordo com notas musicais em uma medida que podemos chamar de pitagórica. O arcobotante que aparentemente seria uma estrutura apenas para sustentação, na verdade assume função harmônica no todo da construção. O número áureo, também chamado número phi, é colocado como uma unidade de medida, a partir da qual as distâncias entre as notas musicais são dispostas, bem como em relação a outras proporções. O número áureo é uma medida de proporção (aproximadamente 1,6) que está presente nas mais variadas obras de arte antigas. 
A harmonia, entre todas essas estruturas e suas medidas correspondentes, é percebida intuitivamente por aqueles que estiverem próximos ou dentro da Catedral, mesmo que não conheçam tais dados.

sábado, 28 de maio de 2011

Arcos do Gótico

Ao falarmos em Arcos do Gótico no plural, pode-se estranhar à primeira vista e imaginar-se que o único arco referente ao Gótico seria apenas o Arco Ogival. No entanto, também há o Arcobotante. O Arcobotante corresponde a estruturas que ficam do lado de fora da Catedral Gótica, nas laterais, e que condicionam algumas propriedades interessantes dessas construções. Esses elementos são importantes para a sustentação da obra, de modo que permitem a existência de grandes janelas. Essas janelas constituem os enormes vitrais dessas catedrais. Assim, pode-se dizer que indiretamente os arcos botantes jogam luz para dentro de tais igrejas. Além disso, esses arcos também configuram eles próprios notórias estruturas arquitetônicas. Eles podem ser vistos como pontes entre o profano e o sagrado a partir do lado exterior das catedrais, pelo seu formato e sua disposição. Ao mesmo tempo conferem leveza e força ao entorno da igreja. Tal qual o arco ogival, também convidam a pessoa à verticalidade, ao elevar-se.
As correlações entre esses diversos elementos dão, concomitantemente, impressão de harmonia e complexidade. Assim também o Labirinto inserido no contexto de toda a obra. Em Chartres o Labirinto tem localização singular entre todos esses fatores, dentro da geometria sagrada. A caminhada nesse trajeto é feita com os pés, mas com os olhos, concomitantemente, pode-se acompanhar os solenes e misteriosos vitrais que se erguem nos arcos ogivais, janelas que foram abertas pelo "puxar" dos arcos botantes.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Parte 4 - Labirinto e stress

A terceira etapa da caminhada no Labirinto corresponde ao trajeto de volta, ou seja, ao caminho para sair do Labirinto. Ao preparar-se para sair do Centro, a pessoa divisa a entrada da trilha a ser percorrida e inicia seus passos com uma impressão de estar saindo ou mesmo "descendo" de um espaço que representou um outro patamar em relação ao nível do solo. Com o corpo e a mente aliviados, o caminho de restauração das energias se inicia. O caminhante mal se dá conta de que está seguindo pela mesma estrada pela qual anteriormente entrou. Há aqui um aprendizado: a ida e a volta, mesmo que sejam pelo mesmo caminho, nunca são iguais. As mesmas curvas, percorridas em um sentido têm um significado, e percorridas no outro sentido induzem a outras percepções e experiências. 
Nessa etapa, os fatores relacionados ao stress já não são tão importantes quanto antes de ocorrer a "meditação caminhando". A atividade física e mental ocorrida permitiram uma visão dos problemas da vida por uma nova perspectiva, de modo que o corpo se desloca mais solto, mais leve. A atenção dedicada ao labirinto tem uma carga de energia e emoção diferente daquela do início da caminhada. 
O Labirinto da Catedral de Chartres delimita a separação entre o espaço material e o espaço espiritual. Na caminhada de saída do Labirinto, o peregrino pode ter uma experiência que mimetize essa função de uma espécie de portal dessa figura geométrica entre dois espaços simbólicos diferentes. Em alguns momentos o corpo parece querer modificar o ritmo dos passos, ou mesmo parar, para refinar algum aspecto que preencha o acolhimento que a pessoa tem de todo o processo. Esses detalhes vão dizer respeito ao momento e realidade de cada um.
Finda a caminhada, muitas vezes a pessoa faz um giro de cento e oitenta graus e volta-se para o centro da figura, como uma forma de cumprimento, ou ainda como uma forma de fechamento desse portal simbólico.
Assim, esse peregrino poderá encarar os fatores geradores de stress de outra forma, talvez nem mesmo necessitando mais enfrentá-los como em uma batalha, mas em condições de gerenciá-los, diminuindo-lhes sua força e presença.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Parte 3 - Labirinto e stress

Na segunda etapa da jornada no Labirinto o caminhante chega ao centro, que também pode ser chamado de Rosa Central. Esta etapa é designada como "Iluminação". Antes de chegar aí, a pessoa já passou por certas impressões na caminhada, nas quais pensou que chegaria logo ao centro e em outras em que o centro parecia se distanciar, quando algo subitamente surge a entrada desse local. Os passos, que antes iam delimitados pelas linhas laterais, agora se encontram diante de um novo "espaço mandálico", com sua circularidade e com o acréscimo de outros pequenos círculos correspondentes às pétalas da Rosa. Ocorre a percepção de adentrar a um novo ambiente, em um momento de pausa. As delimitações desse espaço induzem a sensação de "descanso". É um instante em que o stress cede lugar ao "corpo que encontra a si mesmo", preparado para um novo "iluminar" da consciência, no sentido de induzir um "estado de paz". Seja ficando em pé, ou seja ficando sentada, a pessoa tem a vivência de "centrar-se" em seu próprio self, mas ao mesmo tempo centrar-se no todo. O tempo que se passa nesse local torna-se indeterminado. Poucos minutos podem parecer muito tempo, mas não corresponde a um tempo de espera ou de cansaço. O "medir o tempo" torna-se relativo. O centramento do ser aponta a um equilíbrio dos sistemas neuronais e a um aquietamento da mente. A memória pode ser ativada, trazendo conforto, em percepções que variam de pessoa para pessoa, mas que geralmente são benéficas.

domingo, 15 de maio de 2011

Parte 2 - Labirinto e stress

Antes de iniciar-se a caminhada no Labirinto pode ser bom que disponhamos nosso estado de espírito para essa atividade. Nem sempre é fácil nos desligarmos da correria e da agitação do cotidiano, para nos concentrarmos em alguma coisa que foge à maioria das coisas que fazemos habitualmente. É fato que existem diversas outras práticas que buscam reduzir o stress e que também têm a característica de serem uma exceção às ações do dia a dia; mas, a Meditação Caminhando no Labirinto tem alguns elementos próprios que colaboram nesse sentido. Em se tratando de uma caminhada, os pés têm um papel importante como parte do corpo que, de certo modo, "centraliza" o deslocamento pelo trajeto a ser seguido. Assim, a retirada dos sapatos (quando possível, pois há labirintos em chão de pedra que são frias) pode ser um ato concreto que faz com que se deixe a "correria" do lado de fora do campo a ser percorrido. Esse é um primeiro ato de desligamento do stress. Os pés, aliviados da carga das obrigações simbolizadas nos calçados, vai adentrar à mandala labiríntica em um nível de interiorização mais apropriado. 
Ainda antes de iniciar a caminhada, a visão ampla, holística, da imagem a ser percorrida, é um outro momento de distanciamento do stress. Ativando partes do cérebro e da mente que dizem respeito mais à noção de conjunto do que ao detalhamento lógico, essa visão global desloca o foco de atenção da pessoa para um novo campo que se abre a ela.
A entrada nessa mandala dispõe o corpo e a visão a diversos traços e espaços que se colocam de ambos os lados e à frente do caminhante, chamando seu ser à trilha sob seus pés e desenhando sucessivas imagens mutantes, que dispõem suas próprias preocupações em diferentes níveis de correlação com o tempo e o espaço da vida. O trajeto que vai do início da caminhada até o centro do Labirinto pode ser chamado de "Preparação", entre outros nomes semelhantes. Nesta fase, o indivíduo deve tentar encontrar seu próprio  ritmo de caminhada, respirando suavemente, soltando seus músculos. Em determinados momentos pode-se sentir a necessidade de parar por um instante, seja por causa de alguma reflexão que a pessoa esteja fazendo, ou mesmo por conta da própria disposição do corpo na caminhada, de modo que pareça "pedir" para fazer uma pausa momentânea. 
Pessoas muito estressadas, frequentemente percorrem essa fase com muita rapidez, seja por não conseguirem diminuir sua velocidade interior, seja para "chegar logo" ao centro, muitas vezes pelo condicionamento em ter que atingir "a meta" o mais rápido possível. Nesse sentido, é importante saber-se que o objetivo da Meditação Caminhando no Labirinto não diz respeito a apenas atingir-se o centro; essa "meta" não diz respeito a apenas ir-se em direção ao centro geométrico do desenho. Isso é importante, mas não é só isso que importa. Todas as fases importam: a ida, o centro, a volta. Costumamos viver nossas vidas mais no futuro ou no passado, do que no presente. Hoje em dia, mais ainda no futuro, olhando sempre para as metas. Esquecemos de viver o agora, de viver a vida que existe nos caminhos até atingir-se a meta. Essa é uma das causas do stress, é a constante "pré-ocupação" com objetivos futuros. Assim, nos ocupamos de coisas que ainda não estão aqui, que ainda não existem, de modo que nos alienamos de nossas próprias vidas, embora pensemos ser muito realistas e pragmáticos. 
Para algumas pessoas, várias caminhadas são necessárias até que sua velocidade interior possa ser equilibrada com o pulsar da natureza, com o ritmo de seu próprio ser. Assim, o círculo vicioso do stress pode tornar-se um círculo virtuoso de energia para si e para as outras pessoas de seu convívio. 

sábado, 14 de maio de 2011

Labirinto e stress

Nos tempos atuais, um dos problemas que mais afetam as pessoas é o stress, ou sendo mais específico, o excesso de stress, já que uma certa carga de stress faz parte da vida, em seu desenvolvimento e no relacionamento do cotidiano entre as pessoas e na relação com o mundo. 
As exigências da vida contemporânea levam ao sofrimento decorrente do excesso de stress. A necessidade de luta pela vida, a competitividade na sociedade, as dificuldades emocionais, a falta de tempo para cuidar de si mesmo, a alimentação e descanso inadequados, e diversos outros fatores, fazem aumentar os problemas decorrentes desse excesso de stress. Em um círculo vicioso, todos esses elementos causam distúrbios no corpo e na mente, que, por sua vez, aumentam o stress e seus males.
O Labirinto pode transformar esse círculo vicioso em círculo virtuoso.
O Labirinto corresponde a vários círculos em um único círculo.
O Labirinto usado na "meditação caminhando" tem apenas um único trajeto (o nome desse tipo de labirinto em inglês é labyrinth), diferentemente do labirinto com várias entradas, várias saídas e armadilhas (o nome desse tipo de labirinto em inglês é maze).
A circulação do sangue em nosso corpo tem esse nome, "circulação", porque o sangue movimenta-se de tal modo que ele volta ao seu "ponto de origem"; o coração pode ser tomado como esse ponto inicial de "movimento circular".
De modo semelhante, a caminhada de ida e volta no labirinto também é circular, apesar da complexidade de seu trajeto.
Costuma-se chamar de "círculo vicioso" a sucessão de eventos que tendem a piorar cada vez mais uns aos outros entre si. Já o "círculo virtuoso" corresponde ao efeito benéfico sucessivo entre eventos interligados.
A caminhada no labirinto inverte o círculo vicioso do stress, colocando a energia desperdiçada dessa forma em um novo processo, em um círculo virtuoso, em um processo de atenção voltada para o interior da pessoa, veiculado pela geometria sagrada e pela música.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Música visual

O autor Louis Charpentier, no livro Les mystères de la cathédrale de Chartres, chama de "música visual" a "harmonia geométrica das proporções e formas monumentais" da Catedral de Chartres. Ele faz essa menção ao explicar uma das diferenças entre o "arco romano", com seu contorno de "semi-círculo", presente na arquitetura "românica" medieval, comparando-o ao dobrar-se do arco ogival que, assim, adquire uma qualidade "vibratória". Charpentier associa essa qualidade ao Canto Gregoriano, ao dizer que, em ambas as situações, os abades beneditinos "dobram sua ação terrestre". Continuando, cita que o arco ogival age sobre o ser humano através de suas linhas de forças, por uma ação física e fisiológica. Assim, a pessoa coloca-se na posição ereta, em pé, buscando elevar-se espiritualmente. O arco ogival constrói-se sobre uma estrela de cinco pontas, símbolo do ser humano. As pontas inferiores são os centros dos dois círculos que se encontram na ponta da ogiva correspondete à cabeça e tocam lateralmente as duas outras pontas superiores. Assim ocorre um desenvolvimento do ser humano integrado à harmonia geral da construção gótica e, assim, da Catedral de Chartres.
Multiplicando-se esse formato gótico por toda a obra, essa tensão harmônica despertada por toda a construção confere ao indivíduo em seu interior a percepção de proporções matemáticas similares àquelas presentes na música. O Labirinto da Catedral de Chartres faz parte desse todo, situado simetricamente na direção norte-sul e assimetricamente na direção leste-oeste, conduzindo ao caminhante que percorre seu trajeto através de uma "música geométrica", concomitantemente ou não a uma música audível, no sentido de elevar-se a uma condição de melhor entendimento de si mesmo e dos outros.
Os labirintos derivados do Labirinto de Chartres procuram reproduzir, através da manutenção de alguns de seus símbolos esse caráter de possibilidade de "transportar" o indivíduo através de uma caminho simbólico, uma peregrinação que também mobilize energias no vai e vem do corpo, que, assim, mimetiza a própria construção gótica que vibra em ressonância com as forças da natureza ao seu redor, remetendo-se ao transcendente.       

quinta-feira, 5 de maio de 2011

O Labirinto e o Cérebro

Há quem compare os intrincados caminhos do Labirinto com os assim chamados "giros cerebrais", que correspondem às tortuosas saliências da superfície do cérebro. Há até mesmo desenhos de labirinto mimetizando a superfície cerebral delineada dentro do contorno de um crânio. Essa interessante correlação simbólica pode ter também sua correspondência com a própria potencialidade e atividade cerebral. As atividades do sistema nervoso de cada pessoa são habitualmente direcionadas para o desempenho cotidiano, que pode implicar em atividade intelectual, emocional, corporal e criativa, além também do sono. Essas atividades correlacionam-se em intensidade de acordo com aquilo que ocupa mais o tempo, a atenção e as energias do indivíduo. Sendo assim, pode-se dizer que o cérebro, em grande parte, molda-se ao que corresponde à atividade profissional da pessoa. Uma intensidade menor de trabalho cerebral é dirigida aos outros aspectos da vida.
A caminhada no Labirinto implica em uma atividade que quebra a rotina habitual à qual a pessoa está acostumada, seja ela de natureza intelectual, braçal, ou artística. Interromper o seu dia a dia, para adentrar o seu corpo a um espaço com a delimitação labiríntica, desperta "partes" cerebrais adormecidas ou menos utilizadas. Aqueles setores do sistema nervoso que são menos racionais, ou ainda que correspondem ao corpo, ou a partes do corpo que são menos ativados, a partir da entrada no labirinto podem ser mais requisitados, na medida em que necessita-se de uma nova atenção a um determinado desenho dentro do qual existe a necessidade de se conter e conduzir o corpo, ao mesmo tempo em que se vislumbra um caminho próximo futuro indeterminado, embora contido no círculo. Essa estimulação corporal associada à música apropriada e ao momento específico da vida do caminhante, podem despertar memórias corporais e psíquicas que podem trazer a sensação de um "reencontro", ou mesmo como diz a Dra. Lauren Artress, "uma sensação de volta para casa". Por meio da propriedade da neuroplasticidade cerebral, essas novas ativações podem permitir que a pessoa encontre novas soluções para problemas do momento, ou ainda que tome decisões que estejam em suspenso, ou até mesmo encontre novas "energias mentais" para prosseguir na jornada da vida.

terça-feira, 3 de maio de 2011

O Labirinto Hoje

No livro "Chartres - le labyrinthe déchiffré" (Chartres - o labirinto decifrado), de 1997, os autores John e Odete Ketley-Laporte comentam que tem sido lugar comum postular que nos dias de hoje, em que tudo se torna cada vez mais veloz, o homem está a procura de si mesmo. Na falta de valores seguros sob o ponto de vista moral e espiritual, o ser humano tateia em torno de encontrar-se. 
Continuam os autores dizendo que o labirinto é um dos símbolos que, vindo de idades remotas, tem sido constantemente utilizado para perpetuar uma tradição zelosamente conservada. Ele ressurge nos grandes momentos da história, quando o ser humano, tomando consciência do mundo que o cerca, interroga-se sobre o seu destino. Diziam então os autores, em 1997, que naquele momento em que se configurava uma nova estrutura mundial, esse questionamento e essa busca eram vitais. E, desse modo, povos fora da Europa interessavam-se cada vez mais pela construção de labirintos. Eles, então, interessaram-se por conhecer melhor o Labirinto da Catedral de Chartres, por suas características especiais e por estar ligado a obra tão singular na cultura ocidental.
Se em 1997 esses autores comentaram a respeito das mudanças do mundo e o florescer de labirintos na busca do ser humano por si mesmo, hoje, em 2011, pelas condições atuais, tal necessidade se acentua, e o labirinto como instrumento simbólico tem sido usado nesse sentido. A primeira década do século XXI foi bastante conturbada com distúrbios políticos diversos, crises econômicas, catástrofes naturais, que continuam em pauta nesta segunda década do século. 
O Labirinto surge como uma figura de pausa nesse tumulto. Como quase um choque de cultura em um ambiente intoxicado de informações. A meditação caminhando abre perspectivas para outros trajetos a serem percorridos que não os mais ligados a aspectos destrutivos. Assim, o labirinto é um exercício de construir. Se construir-se um labirinto propriamente dito, literalmente, então muito bem! É certamente um exercício manual, mental, cerebral, emocional de construir ao invés de destruir. Mas essa construção também pode ser simbólica: o construir-se interiormente. Elaborar interiormente seu próprio labirinto, que, em vez de caminho intrincado para se perder, pode tornar-se caminho elaborado para dirigir-se ao centro de si mesmo em uma trajetória simbolicamente cósmica.