quinta-feira, 19 de setembro de 2013

O Labirinto e o valor da pausa

Nos dias de hoje com a crescente correria, as demandas de todo lado, a busca de acumular e consumir coisas cada vez mais, não sobra tempo para as pessoas olharem para dentro de si mesmas.
Existe grande valorização do trabalho e de tudo que pareça produtivo, bem como de outras atividades que preencham os intervalos com movimento, ruído e esforço visível. Assim, desvaloriza-se a pausa, ou até mesmo o descanso, como sendo “perda de tempo”. A expressão muito falada de que “tempo é dinheiro” acaba reduzindo o tempo – que representa uma correlação da pessoa com sua vida, com os outros e com o mundo –, a apenas o aspecto financeiro do cotidiano.
Nesse sentido, a Meditação Caminhando no Labirinto implica em uma recuperação do valor da pausa na rotina da vida, pausa essa que recupera o próprio valor do tempo, e até mesmo recupera o tempo, na medida em que permite ao caminhante redimensionar sua própria situação em relação ao tempo e ao espaço; seja seu tempo-espaço pessoal, como também o tempo-espaço em relação aos outros e ao mundo.
No final das contas tem-se a impressão de ganhar tempo, ou até mesmo de recuperar algum tempo passado perdido reorganizado em outra configuração que lhe restitua sentido.


quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Vivência do Labirinto – Parte 4

O Labirinto é um grande professor, conforme Dra. Artress. Ele oferece fortes e claros limites que permitem sentir-se seguro interiormente. Estando-se nele, nosso mundo interior pode tornar-se mais claro. Pode-se ver melhor através de obscuridades que eventualmente nublam a mente. O tempo pode ganhar uma dimensão indefinida e o mundo ao redor fica algo distante. Nesse ambiente podem-se experimentar memórias e sensações que passam despercebidas no cotidiano.
Se o Labirinto pode ser um professor então se pode exercitar a realização de perguntas na medida em que se transcorre seu percurso. Perguntas feitas ao Labirinto já são pistas de quais caminhos labirínticos devem ser percorridos na vida. O desenvolvimento de uma relação profunda com o Labirinto pode comunicar uma correlação com os ritmos cósmicos implícitos aos símbolos presentes em sua estrutura. Esse processo aproxima o caminhante de seu eu mais profundo.
O Labirinto é um padrão arquetípico. Ele aquieta a mente e canaliza energias que correm caóticas e dispersivas na correria da vida. A dificuldade de relaxar e concentrar-se pode melhorar na medida em que se foca a atenção ao trajeto adiante. O inesperado das voltas de cento e oitenta graus no transcorrer do caminho faz corpo e mente tornarem-se maleáveis à rota da jornada interior e exterior.