sexta-feira, 25 de novembro de 2011

O Labirinto e as Doenças

É comum que alguém, ao conhecer o labirinto e ouvir falar de seu uso em diversas partes do mundo e em variadas comunidades, como hospitais, igrejas, universidades, escolas, prisões, fique curioso a respeito da relação entre o labirinto e as doenças, ou ainda a respeito do que o labirinto pode fazer a pessoas que estejam doentes. 
Em primeiro lugar é necessário dizer que não há muitas pesquisas científicas a respeito do efeito da caminhada no labirinto. Por outro lado, há muitos relatos e observações de pessoas com as mais variadas situações de doença, de modo que, têm-se noções a respeito de doenças e a caminhada no labirinto. 
Um dos efeitos mais frequentemente observados é o relaxamento, a calma, a redução da ansiedade e do stress. 
Várias vezes as pessoas só percebem que estavam estressadas após a caminhada no labirinto. A pausa para fazer a caminhada, quando a pessoa se deixa levar pela atividade, permite mudar de foco, deixando de ficar prestando atenção apenas nos problemas e passando a perceber melhor a si mesmo, em suas condições no corpo e na mente. 
Alguém pode dizer que, se é assim, então basta ficar parado, quieto, que essa percepção acontece. Pode até ser que isso às vezes aconteça, mas se for apenas dessa forma, é difícil para muitas pessoas.
A meditação caminhando no labirinto oferece condições que favorecem as pessoas a mudarem o foco de sua atenção. Todos sabem que não é fácil deixar de ficar focalizado nos problemas, ou mesmo nas tarefas que estão por vir. 
Ao dispor o corpo à geometria do Labirinto, as áreas do cérebro que são menos usadas no dia a dia, são motivadas, são despertadas. Isso permite á pessoa que está estressada e não percebe isso, passar a ver-se de outra forma. Também os passos no trajeto do Labirinto podem permitir uma melhor percepção da "velocidade estressada" em que a pessoa se encontra. Chamamos aqui de velocidade estressada aquela situação em que a pessoa está andando rapidamente, ou fazendo tudo rapidamente, e isso ocorre com grande desgaste do corpo e da mente. Eventualmente alguém que pode parecer estar "na correria", pode estar calmo interiormente, pode estar veloz mas sem que haja desgaste.
A caminhada no Labirinto pode ajudar a uma nova percepção do corpo também em relação a outros aspectos. Quando alguém está doente, pode estar tão focado na doença em si, nos seus sintomas, que esquece de outras partes de si mesmo, partes do corpo e da mente, ou mesmo da alma. A nova relação do corpo, com o espaço e com o tempo, faz com que partes esquecidas do corpo voltem a ser conscientizadas. Essas partes assim conscientizadas podem colaborar para que, através delas, novas forças, novas energias e novas possibilidades apareçam e ajudem a pessoa a descobrir novas formas de conviver e lidar com a doença. 
É certo que a doença está na pessoa como um todo, porque ela é uma pessoa só, mas também é certo que, dependendo da doença, há partes do corpo mais preservadas, ou mesmo partes da mente. O descobrir dessas partes pode inclusive estimular a criatividade do próprio doente para outras maneiras de melhorar suas condições. 
Assim, resumidamente podemos dizer que uma nova percepção do corpo e da mente a partir da caminhada no Labirinto pode colaborar na percepção do próprio stress, também pode colaborar na redução desse stress. Em outras situações de doenças pode haver um despertar de certas partes do corpo que podem permitir alguma melhora do doente.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

O Labirinto de Chartres e sua posição cósmica

O Labirinto de Chartres tem uma posição específica em relação à construção da Catedral de Chartres, de modo que ele delimita o espaço profano do espaço sagrado da Igreja, já que ele fica sobre a entrada da antiga Catedral. Por sua vez a própria Catedral tem uma disposição geográfica bastante peculiar e incomum para o período em que foi construída. Nessa época, o altar das igrejas, de modo geral, eram direcionados para o lado do nascer do sol, principalmente no sentido do chamado solstício do verão. Mesmo que se considere a variação desse posicionamento em relação a outras posições do sol nascente durante o ano, a orientação da obra também não acompanha a situação do aparecimento do sol em nenhuma ocasião, mesmo até o solstício do inverno.
Assim, a Catedral e o labirinto estão orientados de uma maneira "desviada" para o Norte, ou seja, apontando para o Nordeste. Os estudiosos comentam sobre várias hipóteses a esse respeito. Alguns acham que essa orientação poderia ter sido dada pelo já então existente conhecimento da bússola por navegadores vikings que teriam invadido a França e teriam trazido ou reforçado a tradição do labirinto. Outros estudiosos acham que essa orientação acompanha sim alguma forma de alinhamento magnético, mas que esse alinhamento diria respeito a uma força magnética presente sob o solo, que poderia acompanhar alguma forma de dólmen ou grande rocha que teria essa propriedade; esse alinhamento já estaria presente no tempo dos druidas nesse local. Há também a hipótese de que a Catedral de Chartres acompanharia certo alinhamento cósmico assim como outras grandes obras antigas, tal como a Pirâmide de Queops, e que tal orientação seguiria toda uma série de medidas e pontos astronômicos.

domingo, 6 de novembro de 2011

O Labirinto e os Sonhos - parte 2

Conforme o autor anteriormente mencionado, em seu livro sobre os labirintos ele menciona que na Antiga Grécia, no Templo de Asclépio, deus da Medicina, localizado no Epidauro, as pessoas que procuravam por cura deviam passar por várias atividades antes de poderem sonhar com Asclépio. Uma dessas atividades era oo Teatro, onde ocorria aquilo que foi mencionado por Aristóteles como a "catarse", ou seja, uma espécie de comoção que tinha a propriedade de promover uma certa melhora ou cura do doente. Posteriormente o termo catarse foi incorporado à linguagem psicanalítica. Outra atividade ligada aos rituais do Epidauro correspondia à caminhada por um labirinto. É provável que esses diversos processos fossem capazes de influenciar os sonhos dos pacientes, pois eles tinham que passar a noite em um espaço apropriado para isso no Templo, de modo que esse sono tinha o nome de Incubatio. Nesses sonhos deveria aparecer o próprio Asclépio que diria ao doente qual a medida terapêutica a ser tomada para a sua cura. No dia seguinte, os sacerdotes curadores do Templo registravam essa recomendação, de modo que essas anotações constituiram uma espécie códice terapêutico.
Talvez a caminhada no labirinto tivesse sido uma forma importante de situar o paciente diante de seu problema em um contexto mítico mobilizador de efeitos para sua cura, mobilizando disposições psíquicas apropriadas para isso. Hoje em dia, eventualmente há pessoas que relatam ter sonhado, após a caminhada no labirinto, com alguma coisa que pudesse colaborar em alguma circunstância difícil, ou ainda como meio de ter um melhor aprofundamento ou entendimento de si mesmo.