quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Efeitos da Caminhada no Labirinto - Parte 3

Um outro efeito da Meditação Caminhando no Labirinto pode ser "uma nova maneira de dispor do tempo".
A atividade do Labirinto é também uma "quebra na rotina". Essa quebra na rotina pode eventualmente causar uma impressão acentuada também de "quebra no tempo". Essa impressão pode provir de uma espécie de "perda de noção do tempo" durante a caminhada, como pode também ser consequente de o caminhante notar após a caminhada, olhando no relógio, que passou menos tempo ou mais tempo do que ele tinha pensado que teria passado enquanto esteve no labirinto. Tais vivências podem fazer a pessoa refletir a respeito do uso que tem feito do tempo e, desse modo, rever o uso que tem feito desse tempo em relação a seus próprios valores e em relação a metas, buscas e mesmo em relação a desperdícios de tempo.
Essas percepções colaboram também na revalorização do tempo usado para pausa, reflexão e relaxamento e ver que esse tempo é tão importante quanto o tempo da produção e do trabalho.
Assim, recupera-se a noção cíclica e restauradora do tempo, que pode ser perdida quando o tempo torna-se apenas linear.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Efeitos da Caminhada no Labirinto - Parte 2

A Meditação Caminhando no Labirinto ao trabalhar com a noção de corpo e de espaço e com o trajeto inesperado pode ativar uma memória corporal e espacial que pode fazer com que o caminhante faça relatos de sentir-se em outro tempo, com um detalhamento e uma sensação próprios de uma situação aparentemente provinda de um passado histórico. 
Esse pode ser um processo construído a partir dos estímulos externos menos usuais ao indivíduo, aliado ao despertar de fatores inconscientes que se superficializam por meio dessas ricas imagens.
Além disso, cada caminhante que tem esse tipo de experiência pode fazer correlações com suas próprias crenças de natureza religiosa ou espiritual. Esse é um entendimento livre por conta de cada pessoa.
A explicação proveniente de conhecimentos ligados a estudos do sistema nervoso não se contrapõe nem impede as explicações que cabem às crenças do caminhante.
A atividade do Labirinto respeita tanto a linguagem científica, como a religiosa, ou a espiritual na interpretação de cada pessoa, dando espaço, portanto, a aspectos próprios da individualidade específica de cada um.  

sábado, 17 de dezembro de 2011

Efeitos da Caminhada no Labirinto

Os efeitos da Meditação Caminhando no Labirinto depende de cada pessoa que faz essa atividade. Pelas características da Caminhada no Labirinto existe um ajuste dessa forma de meditação tanto à personalidade de cada um, bem como também às condições em que a pessoa se encontra nesse momento. 
Esses efeitos são observados a partir do relato de cada caminhante, e também pode ser observado indiretamente na forma como a pessoa percorre o labirinto. Não cabe aqui falar-se em certo ou errado nessa forma de caminhar ou mesmo de fazer o relato. Isso fica condicionado à pessoa estar mais calma ou mais estressada, a estar com maior ou menor capacidade de atenção e concentração, ao fato de estar ou não preocupada, estar ou não aberta à própria atividade da caminhada. Além disso, em cada uma dessas situações cada pessoa também tem uma forma diversa de reação ou de lidar com tal situação.
Somadas essas variáveis, o processo de adentrar com o corpo no espaço do labirinto e estar disponível aos diversos estímulos ao redor pode construir uma série de efeitos tanto no corpo como na mente, mediados pelo sistema nervoso.
Assim, um dos efeitos que tem sido observado várias vezes é a "tomada de decisão". Muitas pessoas hoje em dia passam por um problema de "dificuldade de tomar decisão". Ocorre que em certos casos a pessoa com esse problema não percebe que se trata disso e faz a interpretação de que se trata de alguma outra coisa de natureza mental ou mesmo física. Ou ainda a pessoa acaba se acostumando a viver em um "estado de dúvida". Várias pessoas com esse tipo de problema se beneficiaram da caminhada no labirinto. Com uma ou mais caminhadas temos observado indivíduos que passaram a tomar decisões que foram importantes para seguirem em frente em suas vidas.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

A Catedral de Chartres, os Druidas e o Labirinto

Esta é uma fotografia do Poço Druida que fica situado na Cripta da Catedral de Chartres, e mantém-se conservado até hoje. Diversas são as especulações sobre a presença desse poço na Catedral. Os druidas habitavam o assim chamado país dos Carnutos, que chegaram a ser descritos por Júlio Cesar quando lá esteve em campanha militar. Esse poço, como um antigo lugar sagrado, é portador de uma água também considerada sagrada que corre subterraneamente. A água que corre subterrânea tem um sentido especial em diversas culturas e diz respeito a uma espécie de "vida oculta na terra", ou ainda uma espécie de "energia que corre subterraneamente". Há diversas passagens bíblicas que se passam ao lado de algum poço e sempre acompanham momentos espiritualmente importantes na história bíblica do Antigo e do Novo Testamento. Desse modo, há um paralelo entre o significado do poço e da água subterrânea para os druidas e também para as tradições de crenças bíblicas. Assim ,não é difícil imaginar certa identificação entre os cristãos que decidiram fazer a primeira igreja nesse local e a sacralidade desse poço e desse mesmo local. 
Outra tradição tida como dos druidas diz respeito a "uma virgem que daria luz a uma criança". Essa pode ter sido outra identificação entre essa tradição e a tradição cristã, a qual pode ter mesmo facilitado a chegada e assimilação da nova crença. Também na Cripta de Chartres encontra-se a "Notre Dame sous-Terre", ou seja, "Nossa Senhora Sob a Terra", ou "Nossa Senhora Subterrânea", correspondendo a uma imagem escura de Nossa Senhora acompanhando a cor da terra. É interessante que isso também corresponde à Nossa Senhora Aparecida do Brasil, que também tem a pele escura. Ambas são tradições interessantes de universalização em variadas culturas da representação do "Feminino Sagrado".
Nesse aspecto enquadram-se as catedrais góticas e os Labirintos dessas catedrais e, em especial, da Catedral de Chartres, com seus símbolos correlacionados a Maria.  Têm-se as pétalas da Rosa Central do Labirinto, a Rosa Mística, têm-se a projeção do vitral de Maria em 22 de agosto nesse mesmo lugar central, têm-se os símbolos lunares que fazem parte do Labirinto, como nas lunações que rodeiam o círculo maior.
Na Catedral de Chartres há "duas Nossa Senhoras": a Nossa Senhora do Pilar no espaço habitual da igreja e a Nossa Senhora sob a Terra. 
na Psicologia Junguiana, os diversos aspectos referentes ao que se situa "abaixo da terra" podem se referir a símbolos do inconsciente profundo, onde pode haver escuridão, mas onde também pode estar enterrado um tesouro. A Notre Dame sous-Terre pode guiar o ser humano através do "caminho labiríntico" do inconsciente e da vida, com suas obscuridades e tortuosidades e aí vemos também uma identificação não só com a tradição druida, mas também com a tradição grega de Ariadne que conduziu Teseu ao centro do Labirinto para matar o Minotauro.