terça-feira, 29 de agosto de 2017

Caminhada no Labirinto e Curas


     Como diz Rachel Naomi Remen: “Talvez a cura não seja tanto sobre ‘sentir-se melhor’, mas seja também sobre deixar tudo que ‘não é você’, todas as expectativas, ou crenças, e tornar-se você mesmo”.
     Com essa frase Dra. Lauren Artress abre o capítulo intitulado “Cura” do livro “Companhia para o Caminho Sagrado – Um Guia para Caminhar o Labirinto para Curar e Transformar”, conforme tradução livre do original.
    A Dra. Naomi não quis dizer que se deve abandonar toda e qualquer crença que se tenha, seja de qual natureza for, religiosa, espiritual, ou algo mais corriqueiro, e nem que não se pode ter expectativa, no sentido de esperar, ou ter esperança por qualquer coisa. Ela dá a pista a respeito do que ela está falando, quando se refere a “deixar tudo que não é você”. Portanto, se trata de falsas expectativas, ou falsas crenças, que muitas vezes prendem as pessoas em circunstâncias e condições que artificializam a vida de alguém, afastam a pessoa de si mesma e fazem-na viver presa a condições que a tornem adoecida em mente/espírito/corpo.
     Conforme Dra. Artress, embora haja menções de eventuais melhoras físicas ligadas à caminhada no labirinto, aqui ela se refere principalmente à melhora ou cura de alguma situação de natureza psíquico-espiritual, seja lá qual for a natureza de fé ou não fé dessa pessoa em alguma coisa além do aspecto material/energético.
     Este processo de cura, portanto, diz respeito a um “sentir-se melhor” ligado a um encontro consigo mesmo na caminhada do Labirinto, na medida em que a pessoa se deixe levar pelo caminho e deixe aflorar sua própria condição no momento da caminhada. Isso pode ocorrer em uma ou mais vezes em que o ritual de caminhar acontecer. A menção de “ritual” não é para estranhar. Deve-se ao fato de que o processo de andar no labirinto envolve certo modo de conduzir o corpo e a mente, de certa subjetividade e sacralidade nisso, mesmo que a pessoa não necessariamente tenha crença em qualquer coisa de cunho sagrado. 

terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

Ouvir o corpo no Labirinto


Ao iniciar a caminhada no Labirinto, muitas vezes nossa atenção fica focada no próprio caminho, nos limites, nas curvas, e ao mesmo tempo em nosso pensamento. Poucas vezes prestamos atenção em nosso corpo.
Algumas vezes o nosso corpo também pode nos dizer alguma coisa sobre a caminhada no Labirinto. O jeito de pisar, a pressa de dar os passos, ou o contrário, os passos nos prendem. O corpo mais tenso ou mais relaxado. Os músculos dos ombros mais tensos ou mais relaxados. E assim por diante.
Ouvir o corpo no Labirinto pode também ajudar a uma melhor interiorização e melhor compreensão de nós mesmos e nossa situação no momento de caminhar. Também pode ser uma forma de descobrir as coisas que estão causando estresse e começar a lidar com essas coisas.

A Meditação Caminhando no Labirinto faz parte do Programa de Humanização em Saúde do Complexo Unifesp-EPM-Hospital Universitário São Paulo.