domingo, 6 de novembro de 2011

O Labirinto e os Sonhos - parte 2

Conforme o autor anteriormente mencionado, em seu livro sobre os labirintos ele menciona que na Antiga Grécia, no Templo de Asclépio, deus da Medicina, localizado no Epidauro, as pessoas que procuravam por cura deviam passar por várias atividades antes de poderem sonhar com Asclépio. Uma dessas atividades era oo Teatro, onde ocorria aquilo que foi mencionado por Aristóteles como a "catarse", ou seja, uma espécie de comoção que tinha a propriedade de promover uma certa melhora ou cura do doente. Posteriormente o termo catarse foi incorporado à linguagem psicanalítica. Outra atividade ligada aos rituais do Epidauro correspondia à caminhada por um labirinto. É provável que esses diversos processos fossem capazes de influenciar os sonhos dos pacientes, pois eles tinham que passar a noite em um espaço apropriado para isso no Templo, de modo que esse sono tinha o nome de Incubatio. Nesses sonhos deveria aparecer o próprio Asclépio que diria ao doente qual a medida terapêutica a ser tomada para a sua cura. No dia seguinte, os sacerdotes curadores do Templo registravam essa recomendação, de modo que essas anotações constituiram uma espécie códice terapêutico.
Talvez a caminhada no labirinto tivesse sido uma forma importante de situar o paciente diante de seu problema em um contexto mítico mobilizador de efeitos para sua cura, mobilizando disposições psíquicas apropriadas para isso. Hoje em dia, eventualmente há pessoas que relatam ter sonhado, após a caminhada no labirinto, com alguma coisa que pudesse colaborar em alguma circunstância difícil, ou ainda como meio de ter um melhor aprofundamento ou entendimento de si mesmo.

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