segunda-feira, 9 de julho de 2012

Os pés e o Labirinto – Parte 1


O corpo entra em contato físico com o Labirinto por meio dos pés. A rigor, os pés entram em contato com o chão, diretamente, ou indiretamente se o Labirinto estiver desenhado sobre um tecido.
Mas, esse trecho de solo foi delimitado por um desenho que orienta os passos no trajeto simbólico do Labirinto.
Em várias tradições, os pés têm todo um simbolismo que se harmoniza com a caminhada no Labirinto em sua jornada ao interior do ser humano.
Na tradição judaico-cristã, os pés são referidos por diversas vezes. Aqui citamos apenas algumas.  
No Gênesis há uma oposição entre a mulher e a serpente através do pé, de modo que a serpente tentaria morder o calcanhar e, por outro lado, seria pisada pela mulher.
Moisés, no Monte Sinai, ao aproximar-se da Sarça Ardente, recebeu a ordem de descalçar suas sandálias por estar pisando em solo sagrado.
No Novo Testamento, os apóstolos são orientados por Cristo a sacudirem o pó dos seus pés em cidades em que fossem mal recebidos.
Cristo lavou os pés de seus discípulos na última ceia; Pedro pediu para lavar também as mãos e a cabeça, mas Cristo disse que apenas os pés teriam que ser lavados.
Nesses poucos exemplos o pé pode indicar “raiz”, “raiz espiritual”; aquela parte do ser humano através da qual feridas que vêm da terra levam à divisão do ser humano em relação a suas raízes, suas origens. Assim, lavar os pés, descalçar-se no solo sagrado, são atos que recuperam a conexão com as raízes.
Antes da entrada no Labirinto, as pessoas se descalçam para deixar de fora a parte de “correria”, de “divisão”, do dia a dia, para recuperar as conexões com suas raízes no trajeto de geometria sagrada. 

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