A Ph.D em Psicologia, Lauren Artress é uma das pessoas que
mais estudaram o Labirinto. No livro “Um guia para caminhar no Labirinto para
curar e transformar” ela conta que, quando começou a introduzir a atividade no
Labirinto, uma das primeiras perguntas era: “O que você faz no labirinto?” Com
o progredir dessa atividade essa questão tornou-se um guia para ensinar a
prática do Labirinto para curar e transformar vidas.
Devemos chamar a atenção aqui para o uso do termo “curar”,
que assume sentido bastante amplo, não necessariamente fazendo referência à
solução física completa de uma doença também física. Nestes casos, curar, por
exemplo, pode significar também passar a encarar determinada moléstia,
sofrimento, ou dor de uma nova maneira, de modo que se possa “gerenciar” esse
processo em vez de apenas se estar passivamente submisso ao sofrimento.
Voltemos ao texto da Dra. Artress. Ela diz então que alguns
anos antes de iniciar seu trabalho com o Labirinto, que foi em 1992, ela
conheceu o trabalho de Linda Sussman intitulado “A fala do Graal: uma Jornada
para uma fala que cura e transforma”. Através desse trabalho com a história
medieval de Percival (ou Parsifal), ela começou a entender o Labirinto como uma
forma do Graal. Sussman nomeia três características do Graal: primeiro, ele
encontra você onde você está; segundo, ele dá a você o que você precisa;
terceiro, ele nutre uma teia invisível de relacionamentos que conectam o
destino individual ao serviço de outros e ao mundo. Esses três elementos são o
que o Labirinto pode nos trazer.
Ainda conforme a Dra. Artress são muitas as razões para andar
no Labirinto: consolo, força, clareza, celebração, insight, aquietar a mente,
resolver um problema, etc. Mas o resultado mais fascinante, no qual ela baseia
seu trabalho, é a habilidade do Labirinto Medieval de instigar o potencial
latente de seus seguidores de encontrar um caminho para sua expressão no mundo.
O Labirinto é um Graal que conecta o destino individual ao serviço do mundo.
Um outro aspecto intrigante do Graal, continua Artress, é que
ninguém é dono dele. Isto também é verdade para os grandes labirintos
arquetípicos. Esses Labirintos são diagramas, mapas, roteiros para a
transformação. Eles liberam um processo psíquico e espiritual de descoberta que
organicamente se desdobra em nossas vidas. A autora refere ainda que se sente
ainda um pouco desconfortável de falar publicamente do Labirinto dessa forma,
comparando ao Graal, mas os benefícios que ela vê em pessoas que abraçam a
prática de caminhar no Labirinto faz superar a segurança do silêncio.
Nenhum comentário:
Postar um comentário