Ao entrar no Labirinto, ao iniciar a caminhada, ocorre uma
nova percepção do espaço, se o caminhante deixar-se levar pelo trajeto. Como os
sapatos ficaram do lado de fora, os pés como guias do corpo estão soltos sobre
o caminho. Os pés podem então levar a uma nova propriocepção sobre o espaço
intermediário entre o corpo e o chão. Dando um passo após o outro, aa leitura
dessa diferente propriocepção ajuda a construir uma nova noção de espaço.
Também os outros sentidos ajudam a construir esse novo
espaço. A visão do formato do labirinto, suas voltas, seus símbolos, suas
cores, podem trazer o espaço do cotidiano para dentro de um novo espaço
simbólico, onde os passos vacilantes do dia a dia tornam-se passos certos
conduzidos pelo caminho, mesmo sendo um caminho labiríntico. Aliás, justamente
por ser um caminho labiríntico é que a elaboração de um novo espaço pode ser
feita.
O espaço central com as seis pétalas é uma etapa diferente
nessa configuração de um novo espaço. Nesse espaço de parada, o trajeto parece
se verticalizar na projeção de cada pétala que guarda certa relação geométrica
com a noção circular. A distribuição das pétalas é uma linguagem geométrica que
pode compor uma simbologia que acompanhe a lateralidade, ou os pontos cardeais,
ou ainda a circularidade dos seis pontos em sentido consecutivo de um a seis.
Eventualmente usa-se a sequência dos seis dias da criação, ou podendo
acompanhar seis etapas dos reinos: mineral, vegetal, animal, humano, mental,
espiritual. Alguém pode dizer que tudo isso se trata de imaginação. Mas
imaginação e fantasia também são importantes para haver outras percepções do Real.
O imaginário faz parte do ser humano e esse processo pode contribuir para a
criatividade. Essa criatividade pode ser essencial para encontrar novos
caminhos na vida, ou no trabalho.
Referência bibliográfica:
Artress, L. - The Sacred Path Companion - A Guide to Walking the Labyrinth to Heal and Transform. Riverhead Books, New York, 2006.
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