quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Meditar com o Corpo no Labirinto - Parte 2

Ao pensar-se em meditação, imediatamente faz-se uma associação com a mente.
Além de pouco se lembrar do corpo, supõe-se ate mesmo tentar atingir um "distanciamento" do corpo, na medida em que se consiga aprofundar a meditação.
No caso da caminhada no Labirinto há um processo diferente desse citado. Embora a meditação ocorra na mente, o corpo é uma ferramenta importante para adentrar e permanecer no ato de meditar. 
Na medida em que o corpo se desloca, há uma mobilização da mente seguindo esse corpo. Pode-se até mesmo fazer uma alegação neurocientífica, dizendo-se que há uma estimulação "proprioceptiva" (ou seja, uma estimulação que segue a sensibilidade profunda do corpo), de modo que há uma certa "moldagem" do indivíduo. 
O corpo, estando envolvido com a atividade de caminhada no desenho do labirinto, faz "descobertas" sobre o indivíduo. O deslocamento com surpresas sucessivas, acaba levando a uma redução na "expectativa" do caminhante em relação aos próximos passos e permite que se deixe do hábito de sempre querer "antecipar e planejar". Evidentemente planejar é importante em várias situações na vida. Mas o ser humano sente também a necessidade de deixar seu ser à deriva na captação de energias e renovações de disposição que permitam um novo olhar sobre si, sobre os outros, e sobre o universo. 
Esse corpo deixa-se conduzir pela geometria sagrada presente na estrutura do labirinto. Essa geometria, cheia de símbolos, pretende "dialogar" com esse corpo, de modo que possa efetuar a transição do símbolo sagrado e do corpo para permitir uma meditação que inclua o corpo em movimento. 

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