quinta-feira, 3 de março de 2011

Labirinto - mandala ocidental

Mandalas são figuras utilizadas mais frequentemente no oriente, principalmente em certas tradições budistas, como uma espécie de ferramenta para a meditação. De modo geral são figuras circulares, com desenhos, por vezes complexos, que costumam se dispor em torno do centro do círculo.
O desenho do labirinto, mais especificamente do labirinto de Chartres e dos que procuram ter uma similaridade com o mesmo, pode ser considerado também um tipo de mandala.
No entanto, sua utilização para a meditação tem características próprias da cultura ocidental.
Enquanto a mandala oriental é usada para "ser olhada", ou mesmo para ser construida com areia colorida e depois destruida, o labirinto é uma mandala, sobre a qual nós caminhamos. De certa forma, podemos dizer que "entramos dentro do labirinto" ao caminharmos sobre ele.
As pessoas do ocidente têm certa dificuldade para ficarem imóveis para meditar. Para os ocidentais, poder caminhar e meditar é mais fácil, já que são mais habituadas ao movimento do que à postura oriental para meditar (não devemos confundir isto com o sedentarismo ocidental).
A "meditação caminhando" no labirinto pode ser considerada uma forma ocidental de meditar, sem necessariamente querer dizer que seja a única forma de meditar caminhando (há formas orientais de meditação caminhando que não vêm ao caso aqui neste momento).
A atividade do labirinto tem a peculiaridade de utilizar o corpo em uma determinada situação ao dispô-lo em relação à geometria do desenho labiríntico. Isso permite que o corpo "se sinta dentro" de um espaço diferente do espaço habitual, e, assim, permite nova percepção sobre si mesmo.
Evidentemente que, eventualmente, uma postura por demais crítica ou racional (ou seja, algo também "muito ocidental") impede de usufruir-se dessa ou de qualquer outra forma de meditação.

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