segunda-feira, 4 de abril de 2011

O labirinto como desafio

Atravessar o umbral que separa o labirinto do mundo exterior pode ser um desafio para o caminhante. Depois de iniciados os primeiros passos há o desafio da crença de que vale a pena prosseguir. Essa crença implica em certa esperança, embora haja a indefinição do trajeto que está por vir. As dobras e aparentes retornos são também um desafio à paciência, ao relaxamento, à espera. São três substantivos desprezados no mundo da velocidade pela aquisição, pela produção, pelo sucesso, pelo resultado. É difícil dizer qual é o desafio maior: se o do labirinto em si como um caminho-armadilha, ou se o do desligar-se do mundo da correria. Este último é menos aparente, menos lembrado, menos acentuado. É mais fácil pensar-se no labirinto como algo que está alí para ser uma espécie de jogo ou de truque. Mais difícil é achar que pode ser uma ferramenta, um instrumento de quebra da rotina, um espaço sagrado que permita uma pausa na vida acelerada e competitiva, a qual acaba por gerar imperceptíveis desdobramentos de mal-estar, de sintomas e mesmo de moléstias. O desafio do labirinto pode ser, assim, também um exercício que exija um esforço interior tal qual o esforço necessário ao desafio aeróbico que exige inspirações, expirações, suor e concentração.

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