segunda-feira, 23 de maio de 2011

Parte 4 - Labirinto e stress

A terceira etapa da caminhada no Labirinto corresponde ao trajeto de volta, ou seja, ao caminho para sair do Labirinto. Ao preparar-se para sair do Centro, a pessoa divisa a entrada da trilha a ser percorrida e inicia seus passos com uma impressão de estar saindo ou mesmo "descendo" de um espaço que representou um outro patamar em relação ao nível do solo. Com o corpo e a mente aliviados, o caminho de restauração das energias se inicia. O caminhante mal se dá conta de que está seguindo pela mesma estrada pela qual anteriormente entrou. Há aqui um aprendizado: a ida e a volta, mesmo que sejam pelo mesmo caminho, nunca são iguais. As mesmas curvas, percorridas em um sentido têm um significado, e percorridas no outro sentido induzem a outras percepções e experiências. 
Nessa etapa, os fatores relacionados ao stress já não são tão importantes quanto antes de ocorrer a "meditação caminhando". A atividade física e mental ocorrida permitiram uma visão dos problemas da vida por uma nova perspectiva, de modo que o corpo se desloca mais solto, mais leve. A atenção dedicada ao labirinto tem uma carga de energia e emoção diferente daquela do início da caminhada. 
O Labirinto da Catedral de Chartres delimita a separação entre o espaço material e o espaço espiritual. Na caminhada de saída do Labirinto, o peregrino pode ter uma experiência que mimetize essa função de uma espécie de portal dessa figura geométrica entre dois espaços simbólicos diferentes. Em alguns momentos o corpo parece querer modificar o ritmo dos passos, ou mesmo parar, para refinar algum aspecto que preencha o acolhimento que a pessoa tem de todo o processo. Esses detalhes vão dizer respeito ao momento e realidade de cada um.
Finda a caminhada, muitas vezes a pessoa faz um giro de cento e oitenta graus e volta-se para o centro da figura, como uma forma de cumprimento, ou ainda como uma forma de fechamento desse portal simbólico.
Assim, esse peregrino poderá encarar os fatores geradores de stress de outra forma, talvez nem mesmo necessitando mais enfrentá-los como em uma batalha, mas em condições de gerenciá-los, diminuindo-lhes sua força e presença.

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